Governo torna obrigatória eficiência energética para edifícios públicos federais

07/07/2014 18:32

**Matéria publicada pelo Jornal Notícias do Dia em 04/07/2014

Desde a década de 1990, quando um decreto presidencial criou o selo Procel de eficiência energética, muitos brasileiros começaram a prestar atenção na etiqueta indicativa de consumo antes de comprar um eletrodoméstico. A obrigatoriedade do selo foi estendida para edifícios públicos federais no mês passado através da publicação no Diário Oficial da União pela Secretaria de Logística e Tecnologia, órgão vinculado ao MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) , no último dia 5 de junho, da normativa IN02/2014 que obriga edificações novas ou que passem pelo retrofit (denominação de obra reforma que altere os sistemas de iluminação, condicionamento de ar ou o envoltório da edificação) a serem etiquetadas.

Dos 25 prédios públicos que já possuem a ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) no país, cinco estão em Florianópolis e, destes 05 (cinco), quatro são prédios do campus da UFSC em Florianópolis, entre eles, o restaurante universitário – RU. “A edificação possui cores claras, tornando o ambiente interno mais agradável em dias quentes. Outro ponto é o sombreamento dos corredores laterais externos, e também a iluminação natural. Uma das principais medidas para garantir a aclimatação interna foi a construção de um jardim no teto, que também alivia o calor”, explicou a engenheira civil Juliana May Sangoi, do Organismo de Inspeção em Eficiência Energética de Edificações (OI3E), única empresa credenciada pelo Inmetro para emitir o selo de eficiência energética no país.

RUFigura 1 – Restaurante Universitário

A OI3E é ligada à fundação CERTI. Para referendar um edifício com a classificação que vai de A a E, dependendo dos resultados, o processo demora um mês, se a construção já estiver pronta. “Avaliamos principalmente três itens: arquitetura, iluminação e condicionamento de ar. Além disso, podemos dar alguns pontos extras se o prédio tiver fonte renovável de energia e reutilizar água da chuva, por exemplo. Há casos de locais que economizam 32% de energia após essas medidas”, disse Juliana.

Edifícios antigos também podem receber selo

O programa de  avaliação de consumo de energia em prédios começou a ser feito em 2009. Casas, prédios residenciais e comerciais também podem passar pelo processo de etiquetagem, que é feito em duas etapas: desde a inspeção do projeto de construção, ou então análise de retrofit da edificação já construída.

O que é avaliado em um prédio:

  • Fachada e envoltório: devem evitar o calor ou o frio excessivo na área interna.
  • Iluminação: aberturas no teto devem permitir a iluminação natural .
  • Condicionamento de ar: uma boa ventilação natural reduz o consumo de energia pelo uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.

OBS: Contam pontos extras edificações que tenham equipamentos de geração de energia limpa, como placas solares, e reutilizem água da chuva.